sábado, 29 de novembro de 2008

Indiferença, renunciar a vida do outro ou a si mesmo?


Estava procurando algumas fotos de animais na Internet, e de repente encontrei essa desses três macacos, simbolizando o mudo, o cego e o surdo, fez-me lembrar de um chaveiro que meu pai tinha, e sei que uma parte significativa de pessoas certamente vira em algum lugar, e muitos já vivenciaram ativa ou passivamente uma ou até as três situações dessa memorável fotografia. E o que mais me intrigava era o porquê do artista ao usar macacos e não pessoas para representarem tais características. Ficava a pensar, será porque são animais irracionais que não imaginam o porquê de cada atitude. E qual seria a relação desses atos com a indiferença.

Acredito que todas demonstram a indiferença em que muitos dedicam voluntariamente a outra pessoa, pois, não como ser indiferente involuntariamente, é um ato de querer ser, agir no sentido de tornar o outro uma pessoa invisível. Fico a pensar em uma frase oriental que diz que só os iguais se identificam, e pessoa que trilha a prática da indiferença é primeiramente indiferente consigo, sente-se bem em não falar com o seu próximo, esse é o tal gesto de colocar a mão na boca, um ato voluntário, é preciso querer ser indiferente. É perceptível como muitas amizades deixam de existir por falta de um bom diálogo. Quando eu estava na fase de adolescente, tínhamos um costume que muitos ainda vivenciam, o tal "ficar de mal" quando os colegas fizessem algum coisa para nos magoar, coisas simples, falar da mãe, da namoradinha ou por não ter ajudado na prova de matemática, mas era passageiro, outro deslize mais grave, dizíamos que ficaríamos de "mal a morte" esse era sério, levavamos até anos para voltarmos a falar com o desafetos, que muitas vezes as amizades não voltavam mais a ser o que eram.
Era impressionante, não importava o grau de amizade, quando se falava de mal a morte, a pessoa podia passar por perto, mas certamente a mão invisível impedia que a víssemos. Semelhante a mão do macaco ser irracional, levando as mãos para obstruir a visão. Agora a contradição acredito que os dedos das mãos do macaco que são postas com a intenção de obstruir o som, tem duas conotações, a primeira é que se a pessoa estivesse falando, era ignorado pelo algoz, nada fazia sentido em ouvi-lo, porém se alguém viesse a falar mal do desafeto, aí sim, os ouvidos estavam em plena capacidade auditiva, e se fosse matérias pejorativas, essas sim, eram motivos de fazer a tal conchinha com a mão para ouvir melhor, e após ouvir o algoz ainda juntava as duas mãos ao redor da boca para melhorar a acústica e falar a deus e ao mundo, o que de mal o desafeto vinha aprontando.
O drástico na indiferença, é que se perde o sentido de percepção, imaginem o que é conviver com uma pessoa, e fazer de conta que essa pessoa não existe, imagine o drama de quem é indiferente, ao ver o merecedor da indiferença tendo um ataque cardíaco, uma dor renal (para os que não têm, espero que continuem não tendo, é sem comentários), ou se for mulher a vítima da indiferença, e essa estiver em trabalho de parto. O indiferente agirá como se nada disso estivesse acontecendo, simples ignoraria, por ter uma parte do cérebro não operante, o que conhecemos por sistema límbico, a pessoa que usa a indiferença como forma de invisibilidade do outro, deve ter alguma anomalia nesse sistema responsável pelas emoções, pois, não é o normal, ver alguém necessitando de ajuda e não se propor ajudar, é insano.
Essa insanidade está presente em todos os lugares, imaginem irmãos indiferentes, compartilhando a mesma casa, o mesmo quarto, a mesma mesa em que ocorrem as refeições, não dá para compreender. E pasmem, isso também é visto dentro dos templos religiosos, independentemente das crenças, pessoas que têm o hábito de ler os mandamentos, e por prazer fazem o inverso, pensado que D'us faz com tais atitudes semelhante aos três macacos, não falarei nada, não estou vendo nada e nem ouvindo nada. Cada pessoa assume as responsabilidades por suas crenças.
Esse é o que se tem de pior, hominizar a D'us, o tratam com indiferença, como se fosse um homem, ignoram seus mandamentos, amar ao próximo, maior besteira, importar-se com o próximo? maior blasfêmia. Não dá para entender, a indiferença se fazer presente em pessoas que assumem compromissos no D'us que acreditam, devem pensar que seus atos não terão consequências. Não dá para fingir em ir aos templos religiosos, e dizer que tem sensibilidade pelas pessoas, e vivem com servindo ao deus da indiferença, essa senhora de suas vontades, tornando-se fontes secas, e quando tem água são amargas, imprópria para o consumo.
Falando de água, muitas pessoas têm preferências por certas cores, algumas por simbolizarem a paz, como o branco, o amor a cor vermelha, o verde símbolo da esperança. Se a indiferença tivesse uma cor, sei que muitos diriam que ela teria cor de água
Não há caminho diferente aos que fazem da indiferença um modo de vida, a voluntariedade irá se tornar crônica, não dependendo mais de querer ou não fazer. Essa senhora tem o poder de destruição em massa, destrói não só o outro, mas a si mesmo.
O indiferente torna invisível a si mesmo. Não vê a si mesmo, não escuta mais a voz da razão, e nem mesmo sua própria voz.




terça-feira, 25 de novembro de 2008

Requiem for us

Ultimamente estava com uma vontade muito grande de falar sobre relacionamentos, pensei, repensei e a vontade querendo nascer, e fui adiando. Hoje falou mais forte a vontade.
Fico olhando para muitos relacionamentos de hoje, a estação dos descartáveis, estamos nos acostumando com tudo que é frivolo, raridades os namoros, prevalece o ficar, fica-se com tudo, fica-se com o estudo apenas no momento das aulas, fica-se com Deus apenas nas igrejas, fica-se com os colegas apenas por minutos, depois nada mais. Isso é o que prevalece, outrora era hábito os relacionamentos durarem, acredito que naquela época os copos eram de vidro, prata, alguns afortunados tinham copos de ouro, hoje não, tudo é descartável, talvez isso tenha inspirado a muitos, que tomam a doutrina do descartável como modo de vida.
Joga-se relacionamentos ao lixo, quando não se satisfazem, não importando o que o outro vai pensar, vale o que se pensa, o caracteriza o tal do descartável, ninguem chega a imaginar se o descartável tem vontade própria, apenas amassamos, nada mais, e não há copo descartável que não reclame ao ser amassado, quem não se constrange em amassar um copo descartável em uma palestra, em um culto religioso, ou no momento em que o chefe esteja falando, ou o professor. Essa é manifestação do descartável, não é silenciosa.
Quando esses relacionamentos, muitas vezes mais envolvimentos do que comprometimento, apenas o momento, os frutos dos momentos são apagados ou pelo menos tenta-se apagá-los com outros relacionamentos. Vejamos os casamentos, muitos não resistem a acidez do tempo, por falta de aceitação mútua, e o que falar dos casamentos religiosos, esses são colocados duplamente em prova, primeiro que não é apenas um fato cível e sim o aspécto religioso, em que prevalecem os princípios cristãos, mas um dizer divino "o que Deus uniu não separe o homem". Não é isso que está acontecendo, hoje milhares de cristãos estão se separando, divorciando-se. Fico pensando, não se obedece nem mesmo a vontade de Deus, imagine essas pessoas falarem de perdão, de amor de fraternidade, de um Deus maravilhoso. Então porque não é tudo isso para os casais cristãos, entendo que certamente os cristãos que chegam a tomar tais decisões, é porque não são cristãos, e sim estão cristãos. Os chamados cristãos de ocasiões, que cada vez mais se sujeitam aos prazeres da modernidade, distanciam-se dos ensinamentos de Deus, buscam conselhos que distorcem a realidade cristã, invertem valores, e o mais nefasto, os que motivam separações, por não assumirem os vis desejos, acusam, projetam a culpa de forma ardilosas ao outro, tentando cada vez mais imputar a culpa no outro. E o errado é o outro.
O bom de tudo, é que Deus é onipresente, está em todos os lugares. Onipotente, seu poder é infinito, e o melhor é onisciente, chega nos locais em que as inverdades se escondem.
Observo nos enterros que fui, este ano. Vejo muitas pessoas chorando pela perda de seus entes queridos, que se alguns pudessem, certamente se jogariam para serem enterrados junto com o de cujus, uma mistura de emoção e remorso que não supera a indole de sobreviver. Aceitando apenas o despejar de inúmeras pás de terra e muitas lágrimas. Assim mesmo com os relacionamentos, alguns tentam cavar um buraco tão profundo, e começa a decadência dos relacionamentos, as acusações são as pás cavando o buraco, quanto mais acusações mais fundo é o buraco, e depois disso tudo parte-se para o despejo do outro no buraco, que é o fim da relação, e não bastando por fim, cabe agora o jogar da terra, tentando esquecer de tudo, joga-se terra desesperadamente, e quando mais fundo o buraco maior será a quantidade de terra a ser jogada, e os que agiram com deslealdade no relacionamento, esses não jogam terra sozinho, sempre tem ajuda dos que contribuiram para cavar o buraco, e juntos jogam terra. O que consola é que nos cemitérios dos relacionamentos há muitos buracos, e os que cavam, muitas vezes podem vir a cairem, e não basta ser enterrado para se morrer, quem cava e joga terra também morre, morre por não ser verdadeiro, e esse ato o levará a ser enterrado por si mesmo, pás e pás de terra serão jogados em sua consciência, se é que ainda há uma. Não há como fingir amar a Deus, finge-se apenas ao homens, em que a capacidade de percepção do oculto é inexistente.


Requiem for us
Lately was with a great willingness to talk about relationships, I thought, and will reconsider wanting born, and I was delaying. Today said the stronger will. I am looking to many relationships today, out of the station, we are familiar with everything that is frivolous, the rarities dating, to be prevalent, it is with everything, it is the only study at school, be - if only to God in churches, it is with colleagues only by minutes, then nothing else. This is what prevails, once was the habit during relationships, I believe that at the time the glasses were of glass, silver, had some lucky cups of gold, not everything is disposable today, perhaps this has inspired the many who take the doctrine of disposable as a way of life. Play up the garbage relationships, when you do not meet, no matter what the other will think, is worth what you think, the features of such a disposable, nobody gets to see if the choice is disposable, just squashed, nothing more and there is no plastic cup not claim to be crumpled, who does not constrain kneading in a plastic cup in a speech in a religious cult, or when the boss is talking, or the teacher. This is manifestation of the disposable, it is not silent. When these relationships, often more involvement than compromise, only the moment, the fruits of the moments are erased or at least try to erase them with other relationships. Take the wedding, many not resist the acidity of the time, for lack of mutual acceptance, and that talk of religious marriages, those two are placed in evidence, first that is not only a civil suit, but the religious aspect, in which the prevailing Christian principles, but a divine say "what God has joined man not separate." That is not happening, now thousands of Christians are separated, divorced themselves. I wonder, does not even obey the will of God, imagine those people speak of forgiveness, love of brotherhood, a great God. So why is all this for couples Christians, certainly understand that the Christians who come to take such decisions, it is because they are not Christians, but are Christians. The so-called Christians of occasions, which is increasingly subject to the pleasures of modernity, away from the teachings of God, seek advice that distort the reality Christian, inverted values, and most deadly, those who motivate separations for not taking the bus desires, accuse, blame the design of cunning way to another, trying to allocate more to blame the other. And the other is wrong. The beauty of it all is that God is omnipresent, is everywhere. Omnipotent, his power is infinite, and the best is omniscient, comes in places where they hide untruths. Burials in the note that I was this year. I see many people crying for the loss of their loved ones, which some would certainly jogariam is to be buried with the deceased, a mix of emotion and remorse that do not exceed the indole to survive. Accepting only the dumping of many shovels of earth, and many tears. So even with the relationships, some try to dig a hole so deep, and starts the decay of relationships, the charges are the shovels digging the hole, the more accusations is deeper hole, and after that everything breaks to the dumping of another in the hole, which is the end of the relationship, not just in the end, it is now the play of the earth, trying to forget all, play is desperate land, and when the hole deeper greater the amount of land to be played and those who acted with unfairness in the relationship, they do not play ground alone, always help those who have contributed to dig the hole, and together play land. What console is that the cemeteries of the relationships many holes, and dig that can often come to fall, not just die to be buried, who cava and play ground also died, died because it was not true, and this act her to be buried in itself, shovels and shovels of earth will be played on their conscience, if I still have one. There is no way to pretend to love God, pretending only to men, where the capacity is no perception of the occult.