sexta-feira, 27 de abril de 2007

Do pedido à exigência



Hoje estava saindo de um super-mercado e me deparei com uma criança que estava solicitando qualquer coisa, imaginem o ponto de pedir "qualquer coisa", se você diz que não tem trocado, eles pedem moedas, se não tiver moeda, um vale, se não tiver vale, um pedaço de pão. Caso não haja nada para dar no exato instante - conformam-se em escutar da pessoa fica para a próxima.
Fatos como esse se repetem constantemente dia-a-dia, e muitas vezes não temos a sensibilidade de percebermos o que estamos criando, não que tenhamos a obrigação de darmos o pouco que temos, mas acredito que certamente temos mais do que os que pedem, esses excluídos de qualquer direito, mesmo o mais básico deles o de se alimentar para sobreviver, não como imaginamos, ou idealizamos o ato sagrado de nos alimentarmos, para termos saúde. Outros não pensam em saúde, pensam apenas em sobreviver. Ao me distanciar do estabelecimento, presenciei uma cena comum na vida dos que têm carro, novamente pedintes em sua maioria crianças, algumas até usam vários artifícios, usam malabares, para chamar a atenção, verdadeiros circenses urbanos e semelhante a um programa global, esses se viram o quanto podem e não apenas nos 30 segundos, e sim no tempo do semáforo, pois ainda necessitam pedir aos condutores dos veículos qualquer quantia, caso não tenham, novamente qualquer coisa; outros usam limpadores de parabrisas, jogam água e depois passam o rodo, e pedem moedas ou qualquer coisa, muitos contribuem, outros nem se quer olham, para os que padecem.
O interessante é que chega o momento em que as criança necessitam sair de baixo das asas da mãe rua, a lógica muda, como cresceram, mas não se inseriram no mercado de trabalho, e excluídas socialmente ou de qualquer outro meio de emancipação, e para continuarem a sobreviver, continuarão a pedir, porém não mais qualquer coisa, ou com qualquer coisa - e sim de uma forma bastante conhecida, serão feitos pedidos intermediados por armas de fogo, e o pedido passa a ser uma exigência, não podendo mais as pessoas que saem dos supermercados ou estão dentro de seus automóveis, dizerem que não tem. Pois, as consequências podem não ser as mais favoráveis. E imaginei essas situações no caminho de volta, e certamente percebe-se o que estamos fazendo, tornando-nos cada vez mais egoístas, esquecendo um mandamento dado por Deus, amarás o teu próximo como a ti mesmo. E se não percebemos, ou se percebemos e nos mantemos anestesiados, temos que ter em mente, quantos ainda permitiremos que cheguem a esse ponto.
Anything!
Today was out of a super-mercardo and I came across a child who was requesting something, imagine the point of asking for "anything" if you say that has not changed, they ask currency, if you do not have money, a valley, if you have not worth a piece of bread. If there is nothing to give the exact moment - as it is the person to listen to the next. Facts like this are repeated constantly day-to-day, and often do not have the sensitivity to understand what we are creating, not that we have an obligation to take the little we have, but we certainly believe that most of those who ask, those excluded from any right, even the most basic of them to the food to survive, not as imagined, or idealizamos the act of sacred in food, to health terms. Others do not believe in health, just think to survive. The establishment of distance myself, presence a common scene in the lives of those who have car, again mostly children beggars, some to use various tricks, use malabares, to draw attention, and urban real circus similar to a comprehensive program, they are saw how much can and not just in 30 seconds, but over time the traffic light, because drivers still need to ask any amount of vehicles, should not have anything again, others use windshield wiper, and then go play water the road, and ask for coins or anything, many contribute, or whether to look at other, for those who suffer. The interesting thing is that it is time that the child must leave the bottom of the wings of the mother road, the logic changes, and grew, but is not entered in the labor market, and socially excluded or any other means of emancipation, and to continue to survive, continue to ask, but not something else, or with anything - but in a manner well known, applications will be intermediated by firearms, and the application becomes a requirement, not more people out of supermarkets or are in their cars, saying it does not. Therefore, the consequences may not be the most favorable. And imagine these situations on the way back, and certainly we find what we're doing, making us more selfish, forgetting a commandment given by God, love your neighbor as yourself. And if we do not see, or if we remain anesthetized and realized, we must bear in mind, how many still allow it to reach that point.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz, que sensibilidade em fazer um belíssimo comentário. É isso mesmo, somos egoístas e por isso pagamos um preço bem alto, às vezes colocamos nossa própria existência em risco, por não olhar para o próximo. Parabéns.
Robert Cardoso Aguiar. Publicitário. Cuiabá-MT (não sou cospess, mas conheço vários, inclusive minha esposa, Maria Santos Aguiar

Anônimo disse...

Cleberson, amei seu texto. Não sei se ainda lembras de mim, estudavamos na bibioteca da unama, meu nome é Ludimila, aluna de jornalismo. Vc foi uma das pessoas que mais lembro da faculdade, com uma serenidade,e uma palavra de carinho e bondade. Vc meu amigo é uma luz que brilha. Ludimila.