terça-feira, 31 de março de 2009

Banalização da injustiça ou do Estado de Direito?

Diante do inferno dantesco de desgraças a que assistimos pelas telenovelas, os três poderes apresentando seus atores e coadjuvantes aos integrantes de uma platéia de mais de 190 milhões de indivíduos, sedentos de justiça social; alguns se sentindo iguais aos personagens de Kafka; um inseto, um verme ou um faminto diante dos fatos comprometedores, evidenciam-se o comportamento anfótero dos defensores de nossa democracia.
Nossas instituições, que deveriam zelar pela integridade da justiça, demonstram a anomia política aos seus cidadãos. Alguns de seus representantes legais usam a tuba de Osíris e, vistos como deuses, decidem sobre a vida ou a morte. A maioria desafortunada, coberta pelo véu da ignorância e alienação de todas as formas. Pessoas cada vez mais sujeitas à indiferença, à coisificação do ser humano.
Não há quem não partilhe o sentimento de medo, por si e pelo próximo, diante da ameaça de exclusão. Porém, a falta de sensibilidade ao sofrimento alheio, resultante das injustiças, enfraquece à mobilização da sociedade numa ação política, ocasionando letargia diante dos fatos. A revolta contra tais fatos corrompe a moralidade, trocando sua capilaridade de valores pelo estereótipo simples de rancor padronizado, repetível até à alucinação, acionável por reflexo condicionado, até a atenuação das reações de indignação,cólera e de mobilização conjunta para a ação favorável à justiça, ocasionando atitudes de reserva, intolerância coletiva às injustiças, tendo suas variáveis as ações de violência e marginalidade.
Não há banalização da injustiça ou do estado de direito, sem ampla participação de um trabalho rigoroso, envolvendo a mentira, sua construção e difusão. Por fim, a sua racionalização. Estamos presenciando momentos delicados em nosso País, no qual instituições que garantem a democracia estão infectadas pelo pior vírus, capaz de aniquilar todo o alicerce social do bom convívio, ou seja, o vírus da corrupção.
Texto escrito ao Jornal semanal Comunicado (Opinião) da Universidade da Amazônia em Nov. 28 de 2005. Cleberson Williams, (Aluno do 5º ano. Turma 5Din2[1].

2 comentários:

Unknown disse...

Olá amigo, passei aqui para conhecer seu blog. Bjks e bom findi!!!

Anônimo disse...

um sempre todo dia... t a..