terça-feira, 2 de junho de 2015

Tempos de estupidez

Um breve comentário para o nosso presente Tempos de estupidez De uma hora para outra, nossos pensamentos expostos passaram por um crivo sem precedentes na história. Não podemos mais manifestarmos que somos contra ou a favor de algo. A retaliação é imediata em forma de ofensas deliberadas e gratuitas. Como se manifestar e assumirmos nossas posições sobre o que pensamos a respeito de fatos fosse crime. Se ousamos falar que concordamos com medidas adotadas pelos governos, temos nosso nome exposto no index da estupidez, podendo aparecer até em passeatas golpistas ou não. Se somos contra os abusos desses mesmos governantes ao elaborarem medidas impopulares, há o grupo subserviente preparado para contra-atacar como os mesmos adjetivos de golpistas. Tema esse muito propício nos governos de Países com democracia em construção. Hoje não podemos mais falar sobre homossexualismo, a redução da maioridade penal, aborto, violência urbana, gênero, sustentabilidade ou da liberdade de expressão. Não dá para compreender a perseguição sistemática estabelecida contra o direito de cada pessoa que é de se manifestar, deixar de ser indiferente ao que acontece ao seu redor. Sendo autor ou o sujeito do seu tempo, não mero objeto de manobra dos proprietários dos meios de comunicação, que semeiam ódio contra as exposições de pensamos que divergem do que entendem como corretos. Se o assunto for religião, aí é mais complicado ainda, pois o que era para ser uma discussão no campo das ideias, passa para o discurso fundamentalista e o confronto está materializado, passando a desconstrução da pessoa que manifestou algo contrário a uma religião. Fenômeno esse universal. Pessoas lutam para afirmar que suas religiões são as verdadeiras e as outras são falsas. Condenam a uma execução sumária qualquer opinião contraria aos seus interesses afirmativos e expansionistas. O cerco se fecha, limitando cada vez mais a tolerância de ouvir sem a intenção de confrontar e neutralizar os que pensam contra o que acreditamos como verdades universais. Estamos caminhando a passos largos em um ritmo alucinante para a massificação da estupidez, em que seremos incessantemente limitados da falarmos ou construirmos discursos divergentes a ordem posta ou imposta. Triste para os humanos em que o pensar constitui sua essência enquanto ser humano e o manifestar suas opiniões caracteriza-se como a forma de reconhecer no outro a própria condição de ser livre e responsável por seus atos. Não dá para afirmar que poderá haver evolução da espécie humana se não soubermos para onde iremos. Como poderemos construir qualquer coisa se não temos como manifestarmos o que pensamos e como contribuir.

Nenhum comentário: